Os melhores estudos acadêmicos observaram repetidamente que os investidores têm um viés doméstico, ou seja, um preconceito contra investir internacionalmente. Eles tendem a alocar uma quantidade de capital em seu país de origem muito maior do que o previsto pelos modelos financeiros mais desenvolvidos. Os investidores geralmente estão dispostos a abrir mão de ganhos maiores e riscos menores para investir em seus países de origem. Esta é uma observação empírica mundial, que não se limita aos EUA. Os investidores franceses detêm 92% de seus fundos em empresas francesas, apesar do valor de
mercado de todas as ações ordinárias francesas representarem apenas cerca de 3% do total mundial (Malkiel and Mei, 1998). Da mesma forma, os investidores alemães concentram-se predominantemente na Alemanha, investidores brasileiros no Brasil e assim por diante. Investir no exterior, no entanto, deveria ser a norma e não a exceção. Como prova disso, as carteiras de investidores dos EUA têm, em média, retornos financeiros mais baixos e riscos mais altos do que um portfólio no qual as ações são simplesmente alocadas de acordo com a respectiva capitalização de mercado total de cada país, que pode ser aproximado por um simples ETF.
|
Gráfico 1. Mapa mundi por capitalização de mercado de ações (US $ bilhões)
|
Gráfico 2. Carteira de ações ideal de ações dos EUA e de países desenvolvidos
O livro dos professores Malkiel (Princeton University) e Mei (New York University), "Global Bargain Hunting," sugere que a carteira (para um investidor avesso ao risco) deveria ser composta de 70% das ações dos EUA e 30% de outros países desenvolvidos ("foreign"). Em comparação com uma carteira de 100% dos EUA ("domestic"), as compras de ações de outros países desenvolvidos que somam 30% da carteira total de investimentos aumentam os retornos anuais dos investimentos e reduzem os riscos, como mostra o gráfico acima. Portanto, não deveria haver dúvida que uma carteira de investimentos 30/70 é melhor que uma carteira 100% americana. Uma carteira 100% americana não é um carteira ideal para nenhum investidor. Mais de 30% de exposição a ações de outros países desenvolvidos continuam a aumentar os retornos, mas também aumentam os riscos (ou seja, a volatilidade) da carteira. Assim, uma carteira formada 100% por ativos de outros países desenvolvidos seria ótima para um investidor de risco, pois levaria ao maior retorno médio ao longo prazo. Este exemplo de carteira americana também se aplica a investidores de outros países. Nenhum investidor tem a melhor carteira de investimentos possível caso ele/ela apenas aplique em ações nacionais.
Por que diversificar seus investimentos entre países pode levar a riscos mais baixos e retornos mais altos?
Se o seu mercado local entrar em crise, as perdas resultantes podem ser contrabalançadas pela estabilidade ou mesmo desenvolvimentos em outros mercados. Por exemplo, uma carteira de investimento composta por ações de um país tende a cair em períodos de crise econômica nacional. Uma carteira de ações de vários países, por outro lado, teria muito menos variação, pois nem todos os países estão em crise no momento e mesmo se estiverem a intensidade da crise em cada estado seria diferente. Como vários ganhadores do Prêmio Nobel demonstraram, a diversificação é essencial ao tentar reduzir os riscos de mercado, como recessões econômicas, desastres naturais, má gestão corporativa e pânico dos investidores. Muito poucos tópicos no ramo acadêmico são tão unânimes quanto o fato de que a diversificação de investimento entre países é altamente benéfica para o investidor.
Isso significa que você nunca perderá dinheiro se comprar ativos do mercado externo? Não necessariamente. O que isso significa é que a ampla diversificação protege você contra os altos e baixos dos mercados que poderiam levar a resultados negativos, ou seja perdas financeiras.
Qual é o portfólio de investimentos perfeito? “Ele tem que ser um portfólio extremamente diversificado. Acho que as pessoas têm muito medo de investir no exterior, geralmente [...]" - Robert Shiller, Prêmio Nobel de 2013
“Você não deve ignorar a mundo, especialmente hoje porque, na verdade, [as ações internacionais] estão mais baratas [...] Em um ambiente de taxas de juro baixas, [as ações internacionais] são muito, muito interessantes! Portanto, não ignore [o mundo]. Eu sei que é muito difícil atrair pessoas para investir internacionalmente, mas, se você conseguir chegar lá, investir até 50% fora não é irracional". - Jeremy Siegel, professor de finanças da Wharton School da Universidade da Pensilvânia |
Você sabia? Ao investir também em mercados emergentes, você pode aumentar ainda mais seus retornos e diminuir ainda mais os seus riscos simultaneamente. De acordo com o Prêmio Nobel, Robert Lucas, o capital deve fluir dos países desenvolvidos para os pobres, devido à relativa escassez de capital e retornos financeiros mais altos nos países em desenvolvimento do que nos países ricos. No entanto, isso não acontece. Só a capitalização de mercado dos EUA representa cerca de metade da capitalização mundial (Gráfico 1). Os próximos cinco maiores mercados de ações são Japão (7,9%), Reino Unido (6,6%), França (3,4%), Suíça (3,2%) e Alemanha (3,0%). Enquanto isso, o mercado acionário chinês, por exemplo, tem aproximadamente o mesmo tamanho do de Hong Kong. Todos os outros países emergentes têm capitalizações menores que as de Cingapura (Bank of America Merry Lynch, 2015). Esse fenômeno é chamado de Paradoxo de Lucas e ele abre a possibilidade de ganhos maiores investindo em mercados emergentes. (Clique aqui para ler a continuação direta deste artigo)
Acreditamos que o preconceito contra investir internacionalmente e o Paradoxo de Lucas acontecem parcialmente porque os investidores tendem a ter mais informações sobre regulamentos e procedimentos de investimentos nacionais, maior familiaridade com seu idioma e costumes nativos e mais conhecimento sobre oportunidades de investimento local. Portanto, as pessoas tendem a investir em seu país de origem. Aqui na Moraya Consulting, tentamos diminuir essas barreiras naturais, fornecendo o conhecimento mais avançado do ramo econômico, politico, legal, e ajudando a abrir contas bancárias e de corretagem no exterior para que os clientes possam tomar as melhores decisões possíveis, de acordo com suas preferências individuais.
Acreditamos que o preconceito contra investir internacionalmente e o Paradoxo de Lucas acontecem parcialmente porque os investidores tendem a ter mais informações sobre regulamentos e procedimentos de investimentos nacionais, maior familiaridade com seu idioma e costumes nativos e mais conhecimento sobre oportunidades de investimento local. Portanto, as pessoas tendem a investir em seu país de origem. Aqui na Moraya Consulting, tentamos diminuir essas barreiras naturais, fornecendo o conhecimento mais avançado do ramo econômico, politico, legal, e ajudando a abrir contas bancárias e de corretagem no exterior para que os clientes possam tomar as melhores decisões possíveis, de acordo com suas preferências individuais.
Fontes:
- Malkiel, Burton Gordon, and J.P. Mei (1998). Global Bargain Hunting: The Investor's Guide to Profits in Emerging Markets. New York: Simon & Schuster
- Markowitz, Harry (1952). "Portfolio Selection". The Journal of Finance. 7 (1): 77–91
- Lucas, Robert (1990). "Why doesn't Capital Flow from Rich to Poor Countries?". American Economic Review. 80 (2): 92–96.
IMPORTANTE: Não há estratégia de imposto ou investimento que é claramente melhor. Tudo depende de seus objetivos e recursos.
Por exemplo, você está disposto a morar fora? Onde? Quanto tempo você quer ficar em cada país? Qual é sua renda anual? Quanto dinheiro você está disposto a investir? Você quer ganhos de curto prazo ou investimentos a longo prazo? Quais são as suas fontes de renda? Quanto de impostos você paga anualmente? Você quer diminuir suas obrigações fiscais ou removê-lo completamente? Você vê necessidade de pagar impostos mesmo se você legalmente não precisa? Qual é a sua cidadania? Você tem múltiplas cidadanias? Dependendo de cada uma destas respostas a melhor estratégia de investimento e imposto para você será diferente. Para saber qual é a melhor opção e ajudar na implementação da estratégia, sinta-se à vontade para entrar em contato conosco.Você não precisa ser rico para criar uma carteira de investimento global. A maioria das contas bancárias e de corretagem que nós abrimos não tem depósito inicial mínimo ou taxa de manutenção. Assim, você pode investir tanto quanto desejar ou até mesmo deixar as contas vazias até que tenha capital suficiente ou interesse em investir no exterior.